Não escrevi sobre o assunto por considerá-lo irrelevante, mas já que alguns leitores me pediram e já que não li em lugar algum uma análise serena e objetiva do caso, vou dar meu pitaco sobre o comentário feito pelo Boris Casoy sobre garis, que acabou vazando para a Internet e provocou a ira da Al-qaeda eletrônica.
O âncora do Jornal da Band, depois de assistir no seu próprio jornal dois catadores de papel desejando um feliz ano novo, "com muita sorte, muito dinheiro", etc., fez um comentário no intervalo comercial. Esse comentário foi jogado na net e virou objeto da patrulha ideológica dos politicamente-corretos. Eis o motivo de tanto ódio:
"Que merda! Dois lixeiros desejando felicidades... do alto de suas vassouras... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho..." (Boris Casoy)
Sinceramente? Não encontrei nestas palavras nada de ofensivo, muito menos de preconceituoso. Garis, não são, digamos, pessoas de muita sorte, profissionalmente falando. E era de profissões que Casoy falava. Nada pessoal contra os catadores, portanto. Mas o senso comum brasileiro funciona assim: não se pode fazer críticas a determinadas classes sociais. Pode-se criticar apenas banqueiros ou a famosa "elite", seja o que for que esses idiotas entendam por "elite". Os "oprimidos" são de propriedade da esquerda, não se pode criticá-los. E vejam que o jornalista nem fez qualquer tipo de crítica, apenas achou a situação um tanto quanto surreal.
Talvez Boris Casoy devesse usar os mesmos termos que o presidente Lula utiliza para se referir ao povo. Dia desses disse que o povo "tá na merda". Em outra oportunidade comparou o povo de São Paulo a porcos. A patrulha criticou o presidente? Nada! Ou seja, afirmar que lixeiros são "o mais baixo da escala de trabalho" não pode. Tem de dizer que os lixeiros estão na merda. Aí vira herói. Toda essa repercussão apenas comprova um fato: Boris Casoy é respeitado, as pessoas se importam com o que ele diz. Já Lula não é levado a sério por mais ninguém, pode falar as asneiras que quiser, ninguém dá bola.
Como eu disse, nem iria escrever a respeito, mas, se não escrevesse, eu não seria eu. Não se trata de defender este ou aquele, mas sim de defender a liberdade de expressão. Mesmo - e principalmente - que essa expressão não me agrade.
Agora, o fato que me chamou a atenção mesmo foi uma reportagem do Estadão. Eu considero a maior descoberta da humanidade, observem:
Ponto G é imaginação das mulheres, diz estudo
"Estudo do King"s College, de Londres, concluiu que não há provas da existência do chamado ponto G - suposto aglomerado de terminações nervosas próximo ao clitóris que, quando estimulado, provocaria elevados níveis de excitação sexual e orgasmos. Ele foi descrito pela primeira vez pelo cientista alemão Ernst Gräfenberg, em 1950. O trabalho foi divulgado ontem pela BBC.
O estudo analisou entrevistas de 1.804 mulheres e, para os cientistas, o ponto G não passa de imaginação, "estimulada por revistas e terapias sexuais". As entrevistadas tinham entre 23 e 83 anos e eram gêmeas idênticas ou não idênticas.
Das 56% mulheres que declararam ter o ponto G, a maioria era jovem e sexualmente mais ativa do que a média. Os pesquisadores, no entanto, esperavam que, no caso de uma das mulheres relatar ter o ponto G, a probabilidade de sua irmã ter a mesma resposta seria mais alta, mas isso não ocorreu.
"Esse é o maior estudo já realizado sobre o assunto e mostra, de forma conclusiva, que a ideia do ponto G é subjetiva", afirmou Tim Spector, coautor do estudo. Para os pesquisadores, os resultados podem ajudar quem sofre por não encontrar o ponto G.
No entanto, o estudo foi considerado "falho" por Beverley Whipple, que ajudou a popularizar o conceito do ponto G nos anos 70.
A pesquisadora destacou que gêmeas normalmente não têm o mesmo parceiro e que o estudo não analisou as opiniões de lésbicas e bissexuais, que se utilizam de diferentes técnicas sexuais"
Como assim? Quer dizer que era tudo mentira? Ficamos procurando por algo que sequer existe? As mulheres que me perdoem, mas me sinto enganado. Iludido. Ludibriado. Ficamos a vida toda tentando encontrar o tal ponto G, eternamente procurando-o, esperando-o, como alguém que espera Godot.
Leitoras, acreditem: no caso, o que importa é a procura, não necessariamente a descoberta. Vamos, portanto, esquecer dessa matéria e continuar nossa eterna busca. Eu prometo que continuarei tentando. Neste entra-e-sai frenético o importante é o caminho que se percorre, não a chegada. A chegada, aliás, é apenas o fim.
O Vampiro de Curitiba